sábado, 17 de setembro de 2011

A mulher errada

Quando eu tinha por volta de 4 anos de idade, minha mãe me levou ao oftalmologista para fazer alguns exames. Confesso que não foi uma experiência muito boa, pois passei uma tarde inteira numa fila, cansado, com fome, e pra completar, tive que colocar colírio 3 vezes.
Já era por volta das 18hs quando a gente saiu do consultório. Eu estava "só o pó" de tão cansado, a única coisa que eu pensava era em ir para casa.
Eu e minha mãe chegamos no ponto de ônibus e lá começava uma outra saga: esperar um ônibus lotado no seu horário de pico. Eu já estava quase perdendo as esperanças do ônibus chegar; então fui até o acostamento para ver se o ônibus estava chegando, e nem sinal dele.Voltei ao ponto com a cabeça baixa, e disse abraçando a minha mãe: "-Ah mãe, tô tão cansado. Quero ir logo para casa!"
Quando levantei a cabeça, vi que aquela não era a minha mãe. Olhei do outro lado do ponto e vi a minha mãe rindo da minha cara. É... eu tinha abraçado a mulher errada. Mas o curioso de tudo é que a tal mulher também me abraçou, e até fez um cafuné em mim.
Depois disso tudo, fiquei pensando se não era mais vantajoso eu continuar abraçado com aquela mulher que eu pensei que era a minha mãe, pois ela continuaria me fazendo cafuné, e o mais vantajoso de tudo: o ônibus dela tinha chegado primeiro.

Perdeu o texto da semana passada (Márcia & Marcelo)? Clique aqui e leia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não serão permitidos comentários ofensivos e/ou preconceituosos que venham a atingir a imagem de determinadas pessoas ou culturas.